sexta-feira, 5 de julho de 2013

SIMPLES INICIATIVAS PARA AMPLIAR O ACESSO AO LIVRO

Jean Gaspar

Um livro, sem leitor, é apenas um objeto. O mundo do texto só existe quando há alguém para dele se apossar, para inscrevê-lo na memória ou transformá-lo em experiência, já dizia o filósofo francês Roger Chartier. Por isso, é preciso criar essa aproximação entre os livros e os possíveis leitores. É justamente esse o objetivo da Biblioteca Futurança, que começa a funcionar a partir desta semana em Guarulhos.

A iniciativa do Partido Socialista Brasileiro do município foi abrir as portas de sua sede no Jardim Palmira para receber doações de pessoas, empresas e instituições, como a Liga do Desporto, que se engajou na campanha de arrecadação de livros. Em menos de um mês, foram reunidos mais de 3 mil títulos, de literatura infantil e juvenil a clássicos da filosofia, história e educação, bem como obras dos mais variados segmentos. Todo esse acervo está agora disponível para usufruto da comunidade guarulhense.

O mérito do empreendimento é demonstrar que simples ações da própria sociedade podem dar resultados, para reverter o dramático quadro que ainda prevalece no Brasil. Segundo a pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, realizada pelo Instituto Pró-Livro e Ibope, a média de livros lidos por habitantes é de apenas quatro por ano, enquanto em países desenvolvidos esse índice é de dez. O Brasil está, portanto, ainda muito atrás e precisa reverter essa situação.

Para tanto, uma das frentes de atuação é favorecer o acesso ao livro. É o que intenta a Biblioteca Futurança, que continua permanentemente aberta à recepção de novas doações. Mas isso não basta: precisamos despertar o interesse pela leitura.

E aqui entra uma parceria fundamental: a família e a escola. Ambas as instituições devem dar o exemplo, mostrando às crianças e jovens o mundo de prazer, descobertas e fantasias que os livros proporcionam.

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